Os
fatos a seguir narram uma grande diferença, em situações
semelhantes. Não se engane! Nosso estado, nossos profissionais, não
são inferiores a nenhum outro lugar do mundo! A lei também não faz
distinções entre sudeste e nordeste, diga-se passagem!
Ah,
mas é a CNN! E daí? Quer que eu faça o que? Aqui é a TV Guará!
Ontem foram eles, amanhã não se sabe quem será.
Desde
a onda de demissões que alcançou cerca de 30 profissionais do
setor de jornalismo da TV Guará, um silêncio paira sobre o céu
cintilante do Maranhão, meu tesouro meu torrão.
Nenhuma
reunião entre sindicato e RH ou qualquer outro representante legal
da emissora afiliada a TV Cultura pós desligamentos foi divulgada.
Os
profissionais demitidos da CNN se pronunciaram através de carta
aberta, carta esta, meu amigo, que está de parabéns!Com riqueza de
detalhes que expõem o óbvio, cenário vivido por jornalistas Brasil
afora.
Aquela velha sobrecarga com desculpa de "Faça
Jornalismo por amor".
Os profissionais que foram
demitidos na TV Guará, alguns poucos, utilizaram redes sociais e
fizeram seus agradecimentos pelos anos que atuaram na casa, porém,
nada além disto.
A TV Guará, seguiu a linha nacional,
no quesito: o que que eu vou dizer? Reestruturação, eles
disseram. É exatamente a mesma fala da CNN, é bem igual, só muda
de endereço.
A diferença é que lá no sudeste, o sindicato
foi em busca de explicações, mediações.
Por aqui, até
então, estamos que nem o hino do Brasil: deitado em berço
esplêndido.
De acordo com o STF demissão coletiva deve
seguir o rito de consulta prévia ao sindicato, diz aí TV Guará,
como foi isso mermã? Teve ou não teve? Foram pela casa do
trabalhador, no calhau, ou não foram? Manda nota, tô on e roteando.
No site oficial do sindicato dos jornalistas de SP, a indignação da categoria veio em alto falante:
“Nossa categoria provou por diversas ocasiões o seu papel essencial, na linha de frente da cobertura da pandemia e exposta a ameaças e agressões enquanto realizava o trabalho de apuração quanto às ameaças antidemocráticas durante o período eleitoral. Ainda assim, o que recebemos de nossos patrões é o arrocho salarial, a precarização da profissão e as demissões.” diz trecho do post oficial da entidade.
Os
jornalistas da CNN abriram o verbo quanto a pagamento de hora extra,
aquela folga que você recebe, no lugar do dinheiro, pra cobrir toda
a demanda da empresa, sabe?
"Ao longo do ano, os
profissionais trabalharam diversos feriados nacionais com a
justificativa de que estes dias virariam horas extras e que essas
horas extras seriam compensadas com folgas no Natal ou Ano Novo. Mas
e agora?" questionam os profissionais.
Por
aqui, seguimos sem quase nenhuma informação sobre o processo
conduzido pela TV Guará, que mantém sua equipe ÚNICA na externa e permanece sem diretor de jornalismo no comando.
Aguardando
nota dos acima citados. Agora fala Mirian, cadê tua voz?
Em
tempo: Os jornalistas de SP sinalizaram uma ação coletiva contra a
emissora.
Enfim,
fatos narrados, se tu leu até aqui, compartilha com mais um. Até a
próxima! Confia na blogueira. Quer
nota dos colegas do sudeste? Tem abaixo:
Leia abaixo a nota produzida por Jornalistas demitidos da CNN Brasil:
"Nós, profissionais demitidos pela CNN Brasil no começo de dezembro, queremos formalizar nosso entendimento e posição sobre o ocorrido.
Após um período intenso de cobertura eleitoral, com plantões extras e sobrecarga de trabalho, e após uma nova onda de casos de Covid-19 na redação em novembro, mais de cem profissionais da CNN foram surpreendidos pelas demissões. Até mesmo profissionais envolvidos em coberturas em andamento como as da transição de governo e da Copa Mundo foram demitidos, o que reforça a surpresa geral diante da decisão da empresa.
Neste início de dezembro, os profissionais demitidos foram convidados um a um pelos diretores a comparecem a uma sala de reuniões situada ao lado do local de trabalho de colegas das equipes de Rádio e de Cortes. Uma representante do RH da CNN também estava na sala.
A justificativa das demissões era a “reestruturação” da empresa. Os diretores enfatizaram que as demissões não tinham relação com o desempenho dos profissionais, mas não deixaram claro quais foram os critérios para escolher os demitidos.
Imediatamente, foi solicitado aos profissionais que assinassem formulários apresentados pela empresa, entregassem os crachás e computadores e deixassem a redação.
Também houve casos de profissionais em home office que foram demitidos.
Foram desligados diretores, âncoras, comentaristas, analistas, editores, produtores, repórteres, redatores, designers, integrantes das equipes de redes sociais, além de secretárias e técnicos que atuavam nos estúdios.
O total de demitidos representaria de 15% a 30% da força de trabalho da empresa, das áreas de Jornalismo e administrativo. A estimativa é de 140 profissionais demitidos. Contando também com colegas da sede do Rio de Janeiro, uma vez que a sucursal da cidade foi fechada.
Entendemos que a ação caracteriza-se como demissão em massa, ocorrida em período pré-festas de fim de ano, onde é mais difícil a recolocação profissional.
Diante de rumores surgidos em novembro de que poderia haver demissões na redação, alguns profissionais questionaram seus superiores sobre tais boatos. No setor Digital da redação, por exemplo, em uma reunião feita no fim daquele mês, os profissionais foram informados de que os cortes, se ocorressem, não atingiriam a equipe.
No entanto, ao contrário do informado pela direção, o Digital não passou ileso. Doze profissionais deste setor, de diferentes cargos, foram dispensados. Um deles, inclusive, fora comunicado publicamente sobre uma promoção havia cerca de 15 dias, em uma reunião da equipe. Tal profissional passou pela vexatória situação e o constrangimento de ser promovido e dispensado em seguida.
Além de envolvidos nas coberturas da transição de governo e da Copa do Mundo, também foram demitidos profissionais envolvidos em outros trabalhos em andamento.
Alguns estavam, havia dias, preparando uma cobertura especial com participação, inclusive, do comercial da empresa e foram demitidos minutos antes de iniciarem a cobertura do primeiro dia de evento, com tudo pronto: produção e credenciais. O carro da equipe cinematográfica já estava esperando no subsolo para levar todos ao local quando receberam a notícia de que funcionários foram demitidos.
No dia da demissão, pouco antes do horário de entrada, funcionários receberam uma informação via aplicativo de mensagem de que a programação sofreria uma mudança, sem receber detalhes se as alterações seriam no formato do telejornal, possíveis novos quadros ou alguma dinâmica diferente na hierarquização das informações. Ao chegar na empresa, não houve qualquer explicação. Pelo contrário, o ambiente só se tornou mais confuso com demissões seguidas sob a alegada reestruturação.
Destacamos também como extremamente constrangedor e desrespeitoso o reforço de seguranças no prédio no dia das demissões. Havia um profissional na porta do switcher, com uma lista de nomes determinando quem podia ou não podia entrar. Tal ato demonstra um receio da empresa de que houvesse represália por parte dos demitidos, uma ação extremamente desumana. Alguns profissionais foram impedidos de despedir-se dos colegas, sendo convidados a se retirarem do prédio brevemente.
Ponto
eletrônico
Ao
longo do período em que trabalharam na CNN, os funcionários
demitidos enfrentaram falhas recorrentes no sistema do ponto
eletrônico, principalmente para jornadas que ultrapassavam o
dia/noite (madrugada). Exemplo: entrada às 22h e saída às 5h. O
sistema não entende como saída às 5h e, sim, como entrada e início
de turno. Dessa forma, o sistema deixa as horas negativas. Era
necessário, então, abrir chamado, via sistema Cervelo, para avisar
o RH. Isso acontecia todas as vezes em que o turno se iniciava num
dia e terminava no outro.
Convênio
Sulamérica
Os
funcionários demitidos questionam o prazo de permanência no plano
de saúde da Sulamérica. Para alguns, o prazo será de 36 dias a
partir do dia 5/12. Eles questionam se seria possível estender esse
prazo ou até mesmo continuar sendo beneficiário do plano de saúde
empresarial, obviamente arcando com as despesas.
Dias
trabalhados em feriados que seriam compensados no recesso de
dezembro
Ao
longo do ano, os profissionais trabalharam diversos feriados
nacionais com a justificativa de que estes dias virariam horas extras
e que essas horas extras seriam compensadas com folgas no Natal ou
Ano Novo. Mas e agora?
Solicitamos explicações e transparência sobre todo o processo ocorrido, lembrando que a demissão de dezenas de profissionais teve grande repercussão na mídia e que o comportamento da empresa surpreendeu, expôs e fragilizou os profissionais.
São Paulo, 07 de dezembro de 2022"
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